quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O TERRAMOTO DE LISBOA - 1755

 

  • A maior catástrofe natural que alguma vez aconteceu em Portugal foi o terramoto de Lisboa de 1755.

  • Neste terramoto, morreram cerca de 60 mil pessoas. Destas, cerca de 20 mil morreram em Lisboa (na época, viviam 250 mil pessoas nesta cidade!).

  • Apesar de o terramoto ter sido em Lisboa, o tremor de terra foi tão forte que provocou estragos em todo o país e sentiu-se até ao Sul de França e ao Norte de África!

  • Tudo aconteceu no dia 1 de Novembro de 1755. Como era Dia de Todos os Santos, as pessoas tinham acordado muito cedo para irem à missa.

  • Como era dia de guarda (como se chamava dantes aos feriados religiosos), havia muitas velas acesas nas casas e nos altares das igrejas. Além disso, o dia estava muito frio, o que fez com que as pessoas tivessem deixado as lareiras acesas em casa.

  • Mas, ninguém podia imaginar o que iria acontecer...
    Eram cerca das 9h45 da manhã, quando se sentiu um abalo de terra muito violento.
    Em toda a cidade de Lisboa começaram a ruir casas e prédios e a cair pedras para a rua. Muitas pessoas ficaram soterradas nas igrejas onde estavam a assistir à missa.

  • O cais da cidade afundou-se completamente e a água do rio Tejo começou a avançar para a cidade.

  • Além do terramoto em terra, sentia-se o maremoto no mar e no rio. Os barcos que estavam no rio começaram a rodopiar e a afundar-se a pique.

  • Abriram-se falhas na terra, em zonas como Alcântara, Sacavém, S. Martinho, Azeitão e Setúbal. Dessas falhas, surgiu água, vento e vapores.

  • Passado algum tempo, houve um segundo abalo muito violento.
    A cidade incendiou-se. As velas e as lareiras que tinham sido deixadas acesas ajudaram a chamas a crescer ainda mais.

  • As pessoas que sobreviveram rezavam nas ruas, cobertas de pó.

  • Durante horas, os abalos não pararam, embora já fossem mais fracos do que os primeiros.
    Em Lisboa, a baixa estava praticamente destruída. Caíram casas, igrejas e edifícios públicos.

  • Milhares de pessoas desceram até ao Terreiro do Paço para tentarem fugir dos incêndios e da queda de paredes e pedras.

  • Levaram todos os pertences que puderam e tentaram apanhar um dos barcos que estavam a recolher pessoas. Mas as ondas do rio estavam tão altas que acabaram por arrastar os barcos e muitas pessoas se afogaram.

  • Durante três dias, os abalos e os incêndios não pararam! O terramoto destruiu a baixa de Lisboa e fez ruir casas e monumentos por todo o país.

  • Depois de passado o horror, o rei ordenou aoMarquês de Pombal que reconstruísse a baixa da cidade.

  • Foi nesta época que se construiu a Praça do Rossio, o Arco da Rua Augusta e as ruas paralelas e perpendiculares da baixa onde agora é zona de compras.

  • A maior parte dos monumentos que ficaram destruídos, foram depois restaurados.

  • No entanto, houve alguns monumentos, como o Convento do Carmo, em Lisboa, em que não se fizeram obras, para simbolizar este acontecimento tão trágico.





 

MARQUÊS DE POMBAL - pequena biografia

Marquês de Pombal
 

  • O nome do Marquês de Pombal era Sebastião José de Carvalho e Melo, mas todos o conheciam por este título, que lhe foi dado pelo rei D. José.
  • Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu em Lisboa, em 1699. Apesar de pertencer a uma família nobre, os seus pais não tinham muito dinheiro. Mesmo assim, estudou na Universidade de Coimbra.
  • Entre 1738 e 1749, representou Portugal em Londres (Inglaterra) e em Viena (Áustria) em missões diplomáticas.

  • Quando D. José subiu ao trono, depois da morte de D. João V, Sebastião José de Carvalho e Melo foi chamado de volta à corte de Lisboa para ser ministro deste rei.
  • Foi o rei D. José que lhe deu os dois títulos que teve. Primeiro, ganhou o título de Conde de Oeiras, em 1759, e, depois, o de Marquês de Pombal, em 1769.
  • Durante o seu trabalho como ministro, o Marquês de Pombal fez muitas reformas, que agradaram a alguns, mas na altura desagradaram a muitos.

  • Por exemplo, foi ele o principal responsável pela expulsão dos Jesuítas (membros de uma ordem religiosa católica), através do encerramento de vários colégios que eles tinham.
  • O Marquês de Pombal defendia o absolutismo, que é a ideia de que todos os poderes devem estar nas mãos do rei. Foi por isso que tomou uma série de medidas para lhe dar mais poder e retirá-lo a classes sociais como o clero.
  • Com esse objectivo, protegeu o comércio português, criou companhias monopolistas, reformou a Universidade de Coimbra e reorganizou o exército.

  • Tudo isto para dar mais poder ao rei, mas era o Marquês que tinha tudo nas mãos!
  • Além das reformas que fez, o Marquês de Pombal tornou-se uma figura muito importante na História de Portugal por causa do terramoto de Lisboa, que aconteceu em 1755.
  • Depois do terramoto, o Marquês ficou responsável pela reconstrução da cidade. Foi ele que reconstruiu a baixa lisboeta com todas aquelas ruas paralelas e perpendiculares. Também mandou alterar o modo de construção das casas, para prevenir mais terramotos.

  • É por isso que a baixa lisboeta é conhecida como "baixa pombalina".
  • O problema é que a maioria das pessoas (sobretudo nas classes altas, os nobres e o clero) não gostava das reformas que o Marquês estava a fazer, porque lhes retirava privilégios e os impedia de fazerem o que queriam...

  • Quando o rei D. José morreu e a rainha D. Maria I subiu ao trono, em 1777, o Marquês foi afastado do seu trabalho na corte.
  • Em 1779, depois de uma queixa contra ele feita por um comerciante muito importante, o Marquês de Pombal foi condenado ao desterro! Como já era muito idoso, não o obrigaram a ir para o estrangeiro.
  • O Marquês foi, então, para Pombal, onde viveu até ao dia da sua morte, em 8 de Maio de 1782.