sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A COMPILAÇÃO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL - BREVE RESUMO


Há muito tempo atrás, outros povos viveram na Terra – Os nossos antepassados. Eram diferentes de nós, tanto no seu modo de vida como no seu conhecimento acerca do mundo.
É possível sabermos como viviam, pois foram encontrados vestígios dessa época. Quem se dedica à descoberta de objectos e documentos do passado são os arqueólogos.


O estudo desses achados é feito pelos historiadores.

No presente, podemos observar os vários documentos históricos, já que estão guardados em museus e bibliotecas.


OS PRIMEIROS HABITANTES



            Portugal situa-se numa península e conjuntamente com a Espanha forma a Península Ibérica.
Os homens primitivos, que habitavam a península, viviam em grutas e cavernas.
Alimentavam-se do que caçavam, pescavam e das raízes e frutos que colhiam. Eram povos recolectores.
Vestiam-se de tudo aquilo que a natureza lhes oferecia (peles, folhas). Levavam uma vida nómada.
 
Com a descoberta da agricultura, os povos começaram a levar uma vida sedentária. Fixaram-se e construíram povoados, geralmente, no alto dos montes (os castros). Eram povos agro-pastoris.
O primeiro povo a chegar à Península foram os Iberos, daí o nome de Península Ibérica.
Mais tarde chegaram os Celtas, aliaram-se aos Iberos e formaram os Celtiberos. Desta tribo formou-se o povo lusitano.
Fenícios, Gregos e Cartagineses estabeleceram também algumas colónias. Vinham pelo mar Mediterrâneo em busca de riquezas. Eram bons navegadores.

Numa região a ocidente da Península Ibérica, a Lusitânia vivia um povo de origem celtibero – os Lusitanos. Sobre este povo pouco se sabe, conhecendo-se apenas um pouco do seu instinto guerreiro e da sua resistência aos Romanos, que invadiram a Península Ibérica pelo ano de 218 a. C., dando-se o primeiro confronto com os Lusitanos em 194 a. C.

Vivia nessa altura um pastor nos montes Hermínios, hoje Serra da Estrela, de nome Viriato que era muito corajoso.
Pouco a pouco, este pastor conseguiu reunir alguns milhares de Lusitanos que sob o seu comando organizaram várias emboscadas aos Romanos.
O exército romano andava envergonhado com tantas derrotas. Para pôr fim a tal facto não hesitou em contratar três companheiros de Viriato que o assassinaram à traição enquanto dormia.
A resistência dos Lusitanos não acabou aqui. Elegeram um novo chefe: Sertório. Este era um ex-general romano, zangado com Roma. Mas Sertório teve a mesma sorte que Viriato e foi morto durante um banquete.
Os Romanos conseguem, assim a vitória sobre os Lusitanos e a Lusitânia passa a ser uma província do Império Romano.
Os Romanos dominaram a Península Ibérica durante cerca de 8 séculos, durante os quais se deu o processo de Romanização – adopção por parte dos habitantes da Península Ibérica, da cultura Romana, língua (o Latim), costumes, artes, etc.

Hoje em dia podemos ainda encontrar vestígios da sua presença na Península Ibérica: numeração romana, pontes (Chaves), templos (Évora), estradas, cidades (Conímbriga, Mirobriga).

                            

                       
Durante o tempo em que os Romanos ocuparam a Península Ibérica, nascia em Belém, na Palestina, Jesus Cristo. Assim se espalhou uma nova doutrina: O Cristianismo.
No início do séc. V a Península Ibérica foi invadida pelos povos bárbaros: Alanos, Suevos, Vândalos e Visigodos. Tinham o nome de povos bárbaros pois eram pouco evoluídos.
No ano 711 um povo de origem árabe vindo do Norte de África ataca a Península Ibérica, dizendo-se seguidos de Maomé, religião conhecida por Islamismo.


O Deus deles era Alá. Pretendiam conquistar o Mundo, na intenção de obrigar todos a adorar Alá.
Comandados por Tarique derrotaram os Visigodos e dominaram a Península Ibérica com excepção da parte Norte, onde ficam as montanhas das Astúrias.

Caixa de texto: Astúrias -  região onde se refugiaram os cristãos e foi ponto de partida para a Reconquista cristã.




        Nestas montanhas refugiou-se Plágio e muitos cristãos que daí iniciam novas lutas contra os Árabes, também conhecidos por mouros, muçulmanos ou maometanos, tentando recuperar as terras perdidas – Reconquista Cristã.

     A primeira grande batalha contra os Mouros foi a Batalha de Covadonga. As lutas sucedem-se e o Reino Cristão vai alargando o seu território empurrando os Mouros para Sul e foram-se formando reinos, Cristãos: Leão, Castela, Navarra e Aragão para melhor defenderem as terras conquistadas.
mapa reconquista












O CONDADO PORTUCALENSE

D. Afonso VI, que governava o reino de Leão, recebeu a ajuda de Cavaleiros Cristãos, que vinham da Europa, para combater contra os Mouros. Dois destes nobres que muito se notabilizaram nestas lutas foram D. Raimundo e D. Henrique, descendentes de reis franceses e naturais de Borgonha. Como recompensa pelos serviços prestados, o Rei de Leão entregou em casamento a D. Raimundo a sua filha Urraca e o governo da Galiza; a D. Henrique entregou a sua outra filha D. Teresa e ofereceu-lhe uma parte do reino: O Condado Portucalense.

            O Condado Portucalense passou a ser governado por D. Henrique mas ficou dependente do Reino de Leão, governado por D. Afonso VI.
            O conde D. Henrique fixou a capital do Condado em Guimarães e lutou muito pela sua independência.
            No Castelo de Guimarães onde vivia com D. Teresa, nasceu o seu filho Afonso Henriques que viria a tornar-se o 1.º Rei de Portugal. Daí hoje se dizer que o Castelo de Guimarães é o Berço da Nacionalidade.
UM REINO INDEPENDENTE
Quando morreu o conde D. Henrique, já tinha reunido todas as condições necessárias para tornar o seu Condado num Reino Independente.
            Com a sua morte, sua esposa D. Teresa tomou conta do poder, porque o seu filho D. Afonso Henriques tinha somente três anos de idade. Isto desagradou aos nobres portucalenses pois ela era influenciada por fidalgos galegos que a levaram a esquecer o desejo de independência de D. Henrique.
            Afonso Henriques, aos 14 anos, (em 1125) arma-se a si próprio cavaleiro. Também ele estava descontente com o rumo que seguia o governo do Condado e, então, uniu-se aos fidalgos descontentes na oposição ao governo de sua mãe.
            Já com 17 anos, Afonso Henriques viu-se obrigado a exigir à sua mãe que lhe entregasse o governo do condado.
            Perante a recusa, montou um pequeno exército para uma batalha contra o exército de sua mãe, batalha essa que ocorreu próxima de Guimarães em 1128 e que ficou conhecida por Batalha de São Mamede, da qual saiu vitorioso.
            D. Teresa foi expulsa do Condado e Afonso Henriques tomou conta do poder e procurou realizar o sonho do seu pai.
            Voltou-se então para A Galiza começando a atacá-la na ânsia de alcançar a Independência. Derrota as forças de Leão nas Batalhas de Cerneja e Arcos de Valdevez.
            Porém, os Mouros, que ainda estavam instalados na Península Ibérica atacavam o sul do Condado e Afonso Henriques conseguiu uma tremenda vitória na Batalha de Ourique.
            Após esta batalha, voltou-se novamente para a Galiza e perante as derrotas obtidas foi o próprio rei de Leão que propôs uma reunião e em 1143 assina-se o Tratado de Zamora.
Segundo este tratado, o Condado Portucalense tornou-se independente e passou a chamar-se Reino de Portugal e o seu rei era D. Afonso Henriques.

1ª Dinastia
Dinastia Afonsina ou de Borgonha
D. Afonso Henriques
Cognome: O Conquistador
Vida: 1108 – 1185
Reinado: 1128-1185
 D. Sancho I
Cognome: O Povoador
Vida:1154 – 1211
Reinado: 1185-1211
D. Afonso II
Cognome: O Gordo
Vida: 1185 – 1223
 Reinado:1211-1223

 D. Sancho II
Cognome: O Capelo
Vida: 1209 - 1248
Reinado:1223-1248


D. Afonso II
Cognome: O Gordo
Vida: 1185 - 1223
Reinado:1211-1223
D. Sancho II
Cognome: O Capelo
Vida: 1209 – 1248
Reinado:1223-1248
D. Afonso III
Cognome: O Bolonhês
Vida: 1210 - 1279
Reinado: 1248-1279


D. Dinis
Cognome: O Lavrador
Vida:1261 - 1325
Reinado: 1279-1325



D. Afonso IV
Cognome: O Bravo
Vida: 1290 - 1357
Reinado:1325-1357



D. Pedro I
Cognome: O Justiceiro
Vida: 1320 - 1367
Reinado: 1357-1367


D. Fernando
Cognome: O Formoso
Vida: 1345 - 1383
Reinado:1367-1383


             Iniciou-se, assim, um período de conquistas de terras aos Mouros. D. Afonso Henriques fez numerosas conquistas, por isso ficou conhecido como “O Conquistador”. A D. Afonso Henriques sucedeu no trono o seu filho D. Sancho I que se dedicou ao povoamento do reino, não deixando, contudo, de atacar os mouros.
Conquistou novas terras mas também perdeu algumas.
A ele sucedeu o seu filho D. Afonso II que reconquistou Alcácer do Sal. Durante o seu reinado reuniram-se as Cortes em Coimbra, representadas pelo Clero e pela nobreza e nelas foram aprovadas as 1ªs leis gerais do reino.
D. Sancho II prosseguiu no alargamento do território. Conquistou todo o Alentejo e parte do Algarve. Apesar de demonstrar grande coragem e valentia é acusado de governar mal e, assim, o Papa retira-lhe o título de rei e coloca no seu lugar o seu irmão, que lhe sucede – D. Afonso III.
D. Afonso III conquistou, aos Mouros, Faro e a totalidade do Algarve, ficando Portugal Continental delimitado com as fronteiras que possui actualmente. Passou, então, a usar o título de Rei de Portugal e do Algarve. Neste reinado realizaram-se as cortes de Leiria, onde, pela 1ª vez estiveram presentes representantes do povo.

Grupos Sociais do século XIII

CLERO
Dedicavam-se ao ensino: as poucas escolas que havia funcionavam nos mosteiros; os livros eram escritos à mão pelos monges – monges copistas; davam assistência a doentes e peregrinos e trabalhavam nas hortas. Viviam em conventos e mosteiros – clero regular
NOBREZA
Cavaleiros, soldados…
Dedicavam-se à caça, defendiam o reino e viviam em senhorios.
POVO
         Agricultores, camponeses, pescadores…Viviam em casas pobres à volta dos castelos /senhorios.


Os Guerreiros Cristãos

Na conquista de novas terras para Portugal, travaram-se duas batalhas entre as tropas mouras e os guerreiros cristãos.
O exército cristão tinha dois tipos de guerreiros:
- os cruzados
- os monges-cavaleiros/guerreiros
Deu-se o nome de Cruzadas às lutas que os Cristãos travavam contra os Mouros, com o fim de libertar todas as terras que estes ocupavam. Os militares cristãos que combatiam tinham o nome de Cruzados, porque usavam nas vestes a Cruz de Cristo.
As ordens militares eram constituídas por monges-cavaleiros (monges que lutavam a cavalo) que tinham como missão divulgar a fé cristã e combater os Muçulmanos.

Em Portugal existiram diversas ordens:

- Ordem dos Templários
- Ordem dos Hospitalários
- Ordem de Avis
- Ordem de Santiago
- Ordem de Calatrava


D. Dinis, de cognome “O Lavrador” casou com D. Isabel de Aragão que ficou conhecida como Rainha Santa Isabel. Este monarca era muito culto, defendeu a Língua Portuguesa tornando obrigatório o seu uso nos documentos públicos; criou em 1290 os Estudos Gerais, ou seja, a 1ª Universidade portuguesa na cidade de Lisboa, que mais tarde foi mudada para Coimbra. Era trovador, escreveu muitas trovas e canções – O Cancioneiro de D. Dinis. Protegeu a agricultura, o comércio, a indústria e a marinha e fez plantar o Pinhal de Leiria.

D. Afonso IV sucedeu a seu pai, D. Dinis.
Perante uma ameaça dos Mouros de quererem reconquistar a Península Ibérica combateu estes na Batalha do Salado, onde os venceu com muita bravura. Neste reinado, em 1348, surgiu uma doença que ficou conhecida por Peste Negra e que matou cerca de um terço da população.

O seu filho e herdeiro do trono, D. Pedro sucedeu-lhe e foi um bom administrador do reino.

D. Fernando sucedeu a seu pai, D. Pedro I, e casou com D. Leonor Teles. Protegeu a agricultura criando a lei das Sesmarias, que obrigava a cultivar as terras. Protege a marinha criando a Companhia das Naus. Surge uma nova ordem social – a Burguesia. Faleceu em 1383 e com ele termina a 1ª Dinastia de Portugal conhecida como Afonsina.

Fim da 1ª Dinastia e Início da 2ª Dinastia
(O Interregno 1383-1385)

A única filha de D. Fernando, D. Beatriz, era casada com D. João de Castela. Se fosse nomeada para governar Portugal, o nosso reino corria sérios riscos de perder a sua independência para Castela.
Estamos perante um problema de sucessão ao trono de Portugal.
D. Leonor Teles (mãe de D. Beatriz) proclamou a sua filha rainha de Portugal. Tal medida gerou descontentamento no povo português, o qual organiza uma revolta chefiada por D. João (mestre da Ordem de Avis) para afastar D. Leonor e o seu conselheiro de governo, o conde de Andeiro.
D. João matou o conde de Andeiro e D. Leonor fugiu e pediu ao rei de Castela para invadir Portugal.
No dia 6 de Abril de 1385 nas Cortes de Coimbra, o Mestre de Avis foi proclamado rei de Portugal – D. João I.
O rei de Castela não aceitou esta situação e invadiu Portugal.
A 14 de Agosto de 1385 travou-se uma terrível batalha entre Portugueses e Castelhanos – A Batalha de Aljubarrota.
O exército castelhano era mais numeroso que o português mas D. João I e o seu conselheiro Nuno Álvares Pereira comandaram muito bem as tropas e utilizando a táctica do quadrado derrotaram os castelhanos.
Para comemorar esta importante vitorio, o rei D. João I mandou construir o Mosteiro da Batalha, tal como prometera à Virgem Maria.
Arte gótica – As paredes elevam-se a grande altura e são rasgadas de janelas e rosáceas quase sempre guarnecidos com belos vitrais. Os pórticos e as abóbadas são desenhados com o arco em ogiva.
Aparece no reinado de D. Afonso III mas é no tempo de D. João I que atinge o apogeu.
Arte românica – edifícios de aparência pesada com paredes grossas e poucas aberturas ou janelas. Tectos formados por abóbadas pouco elevadas, de volta redonda, suportadas por colunas muito grossas.

Seta para a esquerda e para cima: A CARAVELA
À DESCOBERTA DE NOVOS MUNDOS



2ª Dinastia
                     Dinastia de Avis
 D. João I
Cognome: O de Boa Memória
Vida: 1357 – 1433
Reinado: 1383-1433
D. Duarte
Cognome: O Eloquente
Vida: 1391 – 1438
Reinado: 1433-1438
D. Afonso V
Cognome: O Africano
Vida: 1432 – 1481
Reinado: 1438-1481


 D. João II
Cognome: O Príncipe Perfeito
Vida: 1455 – 1495
Reinado: 1481-1495


 D. Manuel
Cognome: O Venturoso
Vida: 1469 – 1521
Reinado: 1495-1521


 D. João III
Cognome: O Piedoso
Vida: 1502 – 1557
Reinado: 1521-1557

 D. Sebastião
Cognome: O Desejado
Vida: 1554 – 1578
 Reinado: 1557-1578

D. Henrique
Cognome: O Casto
Vida: 1512 – 1580
Reinado: 1578-1580


D. António
Cognome: O Prior do Crato
Vida: 1521 - 1595
Reinado:



Nau
D. João I casa com D Filipa de Lencastre que era neta do rei de Inglaterra fortalecendo o tratado de Aliança entre estes dois países. Quatro dos seus filhos distinguem-se pela inteligência e nobreza de carácter – A Ínclita Geração - D. Duarte, D. Henrique, D. Fernando e D. Pedro.
O Infante D. Henrique e os irmãos propõem ao pai passar a África e conquistar a cidade moura de Ceuta. O Rei acede e Ceuta torna-se portuguesa em 1415.
Depois D. Henrique quer ir mais além, pelo desconhecido mar fora. Instala-se em Sagres e aí funda uma escola náutica que se dedica ao aperfeiçoamento dos marinheiros na ciência de navegar. Deste promontório algarvio partem alguns navios que vão descobrir novas terras.

A primeira terra descoberta foi a ilha de Porto Santo, em 1418 por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.
Um ano mais tarde, em 1419, estes mesmos navegadores acompanhados por Bartolomeu Perestrelo descobrem a ilha da Madeira.

            Em 1427, Diogo de Silves chega às primeiras ilhas dos Açores.
Em 1431, Gonçalo Velho Cabral descobre a ilha de Santa Maria.


            Mas para atingir as fontes de ouro, era necessário navegar ao longo da costa africana. Os ventos, as correntes marítimas, as dificuldades de orientação tornavam difícil essa viagem…
            Através dos reinados de D. Duarte e de D. Afonso V prosseguem os navegadores e as conquistas.

                        Em 1434 dobra o Cabo Bojador. Realiza, assim, a 1ª parte do sonho do Infante D. Henrique.
            D. Afonso V conquista, em África, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger recebendo assim, o cognome de “O Africano” e passou a intitular-se Rei de Portugal, dos Algarves, daquém e d’ além-mar em África.
            Em 1460 Diogo Gomes descobre a ilha de Santiago. É a 1ª ilha do arquipélago de Cabo Verde a ser conhecida.
É nossa vontade alcançar, por via marítima, a Índia, cheia de riquezas.
É no reinado de D. João II que surgem grandes navegadores: Diogo Cão chega à foz do Zaire em 1482.
Em 1488, Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança e chega à Costa de Moçambique.
 Renova-se a esperança de se poder chegar à Índia por mar. O cabo, inicialmente das Tormentas, devido aos enormes perigos e tempestades que os marinheiros tiveram de enfrentar, foi batizado com o nome de Cabo da Boa Esperança.

D. João II morreu sem ver as naus portuguesas chegar aos portos asiáticos.
No início do reinado de D. Manuel, parte do Tejo, em frente a Belém, a armada de Vasco da Gama, com a missão de chegar á Índia.
Vasco da Gama chega à Índia em 1498, por via marítima.
Um ano após e regresso de Vasco da Gama parte Pedro Álvares Cabral para a Índia, mas por engano de rumo ou propositadamente, navega para Ocidente e chega, no ano 1500, a terras de Vera Cruz, mais tarde, Brasil.
            No reinado de D. João II tinha-se assinado com a Espanha o Tratado de Tordesilhas que dividia o Mundo em duas partes, cabendo a Portugal as novas Terras do oriente. Isto depois de Cristóvão Colombo ter descoberto as Américas ao serviço dos espanhóis.
            D. Manuel mandou edificar a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos para recordar a nossa chegada à Índia.

Seta para a direita: Torre de BelémSeta para a esquerda: Mosteiro dos Jerónimos    Mosteiro dos Jerónimos (Jerónimos Monastery)
© 2005 John Cullen

        Nasceu, assim, um novo estilo arquitectónico para Portugal, baseado e inspirado nos descobrimentos marítimos – estilo manuelino.
            D. João III segue a D. Manuel I e dá muita atenção à evangelização dos territórios alcançados pelos portugueses.
A vida dos portugueses muda completamente. A sua alimentação enriqueceu com novas especiarias: canela, cravinho, pimenta…
            As sedas, os brocados, o ouro vieram tornar mais rico e vistoso o vestuário da época.
Surge uma nova classe social – a burguesia composta por comerciantes que enriqueceram devido às trocas comerciais feitas com produtos das terras descobertas.
            A agricultura foi quase abandonada e, por isso começavam a faltar produtos. Todos queriam viver no luxo, poucos trabalhavam. A indústria começou a decair, Portugal começou a decair e perdemos terras em África.
           
Quando D. João III morreu o seu único descendente era o seu neto, D. Sebastião, com apenas 3 anos de idade, e por isso ficaram a governar como regentes D. Catarina (esposa de D. João III) e o Cardeal D. Henrique.
            Aos 14 anos, D. Sebastião, intitulado O Desejado (pois o seu povo desejava que ele subisse ao trono) tomou poder e o seu maior sonho era reconquistar algumas terras em África.
            Assim, partiu com um exército de 18000 homens, mas teve pouca sorte e foi derrotado na Batalha de Alcácer-Quibir, onde morreu.
Após o seu desaparecimento foi muito difícil encontrar um novo rei pois este era muito novo, solteiro e sem sucessores.

            O seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique voltou a reinar durante dois anos e tentou encontrar o seu sucessor, mas sem resultado.
            D. António, prior do Crato, ainda foi aclamado rei, mas Filipe II de Espanha invade Portugal e Portugal perde a independência.
            Aqui termina a 2ª Dinastia, que ficou conhecida por Dinastia de Avis – estávamos no ano de 1580.
            Nesta Dinastia distinguiram-se pessoas muito importantes nas ciências e nas Letras:

Pedro Nunes – famoso matemático e cosmógrafo dos descobrimentos marítimos.

Gil Vicente – Pai do teatro português, escreveu inúmeras comédias, farsas e autos.

Luís de Camões – filho de gente nobre, estudou na Universidade de Coimbra. Era um jovem aventureiro que um dia, resolveu combater para defender a sua pátria. Como soldado, ao combater os Mouros em Ceuta, perdeu o seu olho direito. Tinha um génio muito impulsivo, por isso, frequentemente, se envolvia em brigas.
Foi mandado para a Índia onde era muito apreciado ao declamar os seus versos. Em Macau, para onde foi mais tarde, escreveu a maior parte do seu poema “Os Lusíadas”.
Neste livro, Camões, conta alguns episódios da história de Portugal, dando um grande relevo à aventura marítima dos portugueses, e em especial, à descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama.
De regresso a Portugal, a nau em que viajava naufragou, e conta-se que Camões nadando até à praia não se separou da sua obra, levando-a na mão esquerda enquanto nadava com a mão direita.
De novo em Lisboa, foi recebido por D. Sebastião a quem dedicou a sua obra. Foi-lhe dada uma pequena pensão mas que não impediu o poeta de viver o resto dos seus dias na miséria, vindo a morrer no dia 10 de Junho de 1580.
Por isso, neste dia comemora-se O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
3ª Dinastia
Dinastia Filipina
Filipe I
Cognome: O Prudente
Vida: 1527 – 1598
Reinado: 1580-1598
Filipe II
Cognome: O Pio
Vida: 1578 – 1621
 Reinado: 1598-1621

Filipe III
Cognome: O Grande
Vida: 1605 – 1665
 Reinado: 1621-1640

           Três reis espanhóis (Filipe I, Filipe II e Filipe III) governaram Portugal durante 60 anos, arruinando-lhe as finanças, o comércio, a agricultura, a marinha e abandonando o nosso império ultramarino às ambições de outros povos.
            O povo português vivia cada vez mais na miséria. Morriam portugueses nas guerras espanholas.
            Só uma revolução bem organizada poderia libertar os portugueses da opressão espanhola.
            Assim, um grupo de fidalgos (Os Conjurados) no mais absoluto segredo preparou uma revolução.
Na manhã do dia 1 de Dezembro de 1640, dirigem-se para o Terreiro do Paço, matam o traidor Miguel de Vasconcelos, aprisionam a Rainha (a duquesa de Mântua) e depõem o governador.
            A notícia da vitória da revolução espalha-se rapidamente.
            O Duque de Bragança, que se encontrava em Vila Viçosa, dirige-se para Lisboa, onde é aclamado rei de Portugal, pelo povo.
      Termina, assim, a 3ª Dinastia, Dinastia Filipina, e inicia-se a 4ª Dinastia - Dinastia de Bragança.
Portugal é, de novo, independente.
4ª Dinastia
                  Dinastia de Bragança
 D. João IV
Cognome: O Restaurador
Vida: 1604 – 1656
Reinado:1640-1656

 D. Afonso VI
Cognome: O Vitorioso
Vida: 1643 – 1683
Reinado: 1656-1667/1683

D. Pedro II
Cognome: O Pacífico
Vida: 1648 – 1706
Reinado: 1667/1683-1706
D. João V
Cognome: O Magnânimo
Vida: 1689 – 1750
Reinado: 1706-1750


 D. José
Cognome: O Reformador
Vida: 1714 – 1777
Reinado: 1750-1777

D. Maria I
Cognome: A Piedosa (Pia) 
Vida: 1734 – 1816
Reinado: 1777-1816



 D. João VI
Cognome: O Clemente
Vida: 1767 – 1826
Reinado: 1816-182

 D. Pedro IV
Cognome: O Rei Soldado
Vida: 1798 – 1834
Reinado:1826


D. Miguel
Cognome: O Absoluto
Vida: 1802 – 1866
Reinado:1826-1834


 D. Maria II
Cognome: A Educadora
Vida: 1819 – 1853
Reinado: 1834-1853

 D. Pedro V
Cognome: O Esperançoso
Vida: 1837 – 1861
Reinado:1853-1861

 D. Luís
Cognome: O Popular 
Vida: 1838 – 1889
Reinado:1861-1889

 D. Carlos
Cognome: O Diplomata
Vida: 1863 – 1908
Reinado:1889-1908


D. Manuel II
Cognome: O Patriota
Vida: 1889 – 1932
Reinado:1908-1910


                D. João IV preocupou-se com a defesa do país. Reorganizou-se o exército e a marinha e fortificaram-se zonas fronteiriças com Espanha, que não desistia de reconquistar Portugal.
Iniciou-se a Guerra da Restauração que se prolongou por 28 anos.
            Nos reinados seguintes de D. Afonso VI e D. Pedro II dão-se renhidas batalhas sempre ganhas pelos nossos soldados. Até que Espanha, farta de derrotas, assina em 1668, um tratado de paz com Portugal.
            O reinado seguinte, de D. João V foi brilhante nas artes e letras aumentando o nosso prestígio no Mundo.

Convento de Mafra
            Com as riquezas vindas do Brasil, ouro e diamantes, mandou construir monumentos grandiosos como o Convento de Mafra, o aqueduto das Águas Livres e fundou a biblioteca da Universidade de Coimbra.
 


                

            O rei seguinte, D. José I nomeou o Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro-ministro e entregou-lhe todos os poderes.
            O Marquês de Pombal procedeu a grandes reformas. Promoveu o desenvolvimento da agricultura, do comércio e da indústria Fábrica de vidros da Marinha Grande, Fábrica de Lanifícios de Portalegre, Fábrica de Papel de Tomar, Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro…) e instituiu o ensino primário oficial, mandando construir muitas escolas.
            Durante este reinado e no dia 1 de Novembro de 1755, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra. Em poucos segundos a cidade ficou destruída. O fogo e as inundações tornaram ainda maior o desastre.

O Marquês de Pombal preocupou-se em “cuidar dos vivos e enterrar os mortos”. Reconstruiu a capital em moldes modernos, com ruas rectilíneas e esgotos – baixa pombalina.
           









                                               Com a morte de D. José I, Portugal foi pela primeira vez governado por uma rainha – D. Maria I.
            Esta afastou o Marquês de Pombal do cargo de 1.º Ministro mas continuou as reformas. Inaugurou a iluminação pública nas ruas de Lisboa. Mandou construir a Basílica da Estrela, o Palácio de Queluz, o Teatro de S. Carlos, etc…

                 
           
            Neste Reinado dão-se as Invasões Francesas.
            Napoleão Bonaparte, imperador de França, invade Portugal por este não fechar os portos aos navios ingleses.
A família real foge para o Brasil.

Invasões Francesas





1ª Invasão – 1807 chefiada pelo general Junot.


2ª Invasão – 1809 chefiada pelo general Soult. Deu-se o trágico acidente da Ponte das Barcas.


Quando o exército francês invadiu a cidade do Porto, pilhando e destruindo tudo o que manifestasse repúdio ou resistência, a população em pânico começou a fugir para Vila Nova de Gaia pela única ponte que existia - a PONTE DAS BARCAS. Devido ao peso e ao desespero da população a ponte ruiu, morrendo milhares de pessoas afogadas. Este episódio ficou conhecido como tragédia da Ponte das Barcas.

 


3ª Invasão – em 1810 liderada pelo general Massena.

Todas as invasões foram vencidas com a ajuda dos nossos aliados ingleses.
D. Maria I enlouqueceu e passou a governar o seu filho D. João VI que se notabilizou pela contribuição do progresso e engrandecimento do Brasil, reconhecendo a sua independência em 1825.
Foi criada a constituição que era um documento de regulava os direitos e deveres dos cidadãos. O rei perdia o direito a fazer as leis, direito esse adquirido pelas cortes.
Devido a esta monarquia liberal houve uma guerra civil entre D. Pedro IV e D. Miguel, ambos filhos de D. João VI. D. Maria II subiu ao trono, era filha de D. Pedro IV. Neste reinado e no seguinte, de D. Pedro V, o país prosperou: abriram-se estradas, construíram-se pontes (ponte D. Maria Pia, em 1877, no Porto) e linhas de caminhos de Ferro.




        Em 1889, D. Carlos sucedeu a D. Luís. Já nessa altura eram muitos os que queriam o fim da Monarquia ( o rei governava durante toda a vida e o poder sucedia de pais para filhos) e a instituição da república (o poder é exercido por um presidente eleito pelo povo através de eleições e durante um tempo limitado).
            O descontentamento foi crescendo até que, em 1908, se deu o regicídio – o rei e o seu herdeiro foram assassinados.

D. Manuel II subiu ao trono mas por pouco tempo. Em 5 de Outubro de 1910 deu-se uma revolta e foi proclamada a República. A Monarquia, que tinha reinado em Portugal desde 1143, acabou assim em Portugal.
A REPÚBLICA


 Dr. Teófilo Braga foi nomeado presidente do governo provisório da República Portuguesa. Publicou-se a 1ª Constituição Portuguesa em 1911.
            Dr. Manuel de Arriaga foi eleito o 1º presidente da Republica. Os governos sucederam-se. Entre 1914 e 1918 deu-se a 1ª Guerra Mundial, em que Portugal participou e que prejudicou o mundo inteiro.
            O descontentamento do povo aumenta dia após dia. Foi então que, a 28 de Maio de 1926, se deu um golpe militar chefiado pelo general Gomes da Costa e foi instaurada uma Ditadura Militar.

            Neste governo da ditadura militar foram abolidos todos os partidos políticos.
Para que a situação do país melhorasse o Presidente Óscar Carmona nomeou Oliveira Salazar para ministro das Finanças e que mais tarde viria a ser o chefe do Governo (1º Ministro) durante 42 anos.
Entre 1939 e 1945 deu-se a 2ª Guerra Mundial e Portugal manteve-se neutro.
Em 1961 começa a Guerra Colonial, os nossos territórios em África queriam a independência, esta guerra durou 13 anos.
Os portugueses estavam descontentes com o regime principalmente pela ausência de liberdade e pelo atraso em relação aos outros países da Europa.
Assim, na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, o movimento dos capitães derruba o Governo.
A Revolução do 25 de Abril ficou conhecida pela Revolução dos Cravos porque o povo saiu à rua e colocou cravos nos canos da espingarda.
O 25 de Abril restituiu as liberdades e a democracia aos Portugueses.
                   
            Agora, os portugueses elegem o Presidente da República, os representantes para a Assembleia da república e para as autarquias locais
Chamada em forma de nuvem: Conheces as seguintes lendas de Portugal?Curiosidades da História de Portugal



A Padeira de Aljubarrota

O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano. Chegando a casa cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho ruído: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos. Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os logo ali. Tomada de zelo nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas. Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal. A pá foi religiosamente guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.
O episódio de D. Pedro e D. Inês de Castro
   
D. Pedro I era casado com uma princesa espanhola, D. Constança. Nessa altura D. Pedro conheceu e encantou-se com D. Inês de Castro, uma das aias (dama de companhia) de D. Constança, por quem se apaixonou.
Esta ligação amorosa não foi nada bem-vinda. Todos tinham medo que D. Inês, de origem espanhola, pudesse ter má influência sobre o príncipe. Assim, mesmo depois de D. Constança morrer, D. Afonso continuou a condenar o namoro dos dois apaixonados.
D. Afonso tentou tudo para os afastar, proibindo D. Inês de Castro de viver em Portugal. Sem sucesso os dois apaixonados foram morar para a fronteira de Portugal e Espanha e continuavam a encontrar-se. Diz-se que se casaram na altura, mas sem certezas de nada.
Assim D. Afonso IV decidiu condenar D. Inês de Castro à morte, influenciado por dois conselheiros. O local onde D. Inês foi morta, em Coimbra, é hoje conhecido como Quinta das Lágrimas, ponto de encontro de muitos apaixonados.
Depois de morta, D. Pedro revoltou-se declarando guerra ao pai, que foi travada graças à rainha-mãe. Quando D. Pedro subiu ao trono, era muito cuidadoso com o povo, que gostava bastante dele. Mas uma das primeiras coisas que fez foi vingar a morte de D. Inês de Castro executando de modo cruel os ex-conselheiros do pai: mandou arrancar-lhes o coração! O mais sinistro de toda a história é que D. Pedro elevou D. Inês de Castro a rainha já depois de morta e obrigou toda a corte a beijar-lhe a mão, ou o que restava dela (porque D. Inês já tinha morrido há dois anos).





        O Milagre das Rosas

   

D. Isabel, a mulher de D. Dinis, ocupava todo o tempo que tinha a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e tratando doentes e distribuindo esmolas pelos pobres. Conta a lenda que o rei, que tinha muito mau génio apesar de ser também bondoso, se irritou por ver a rainha sempre misturada com mendigos, e proibiu-a de dar mais esmolas. Certo dia, viu-a sair do palácio às escondidas, foi atrás dela e perguntou-lhe o que levava escondido por baixo do manto.
Era pão para distribuir pelos pobres.
Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, disse:
    - São rosas, Senhor!
    - Rosas? Rosas em Janeiro? - duvidou ele - Deixai-me ver!
De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço e o pão tinha-se transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.

A lenda de Egas Moniz

Conta a lenda que, em 1127, D. Afonso VII, rei de Leão e Castela, cercou Guimarães para obrigar D. Afonso Henriques a prestar-lhe obediência.
Perante tal situação, Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques, abeirou-se de D. Afonso VII e prometeu-lhe que seu primo o respeitaria como rei se ele levantasse o cerco. O cerco foi levantado: Porém, D. Afonso Henriques não cumpriu a palavra dada por Egas Moniz. Descalço e de corda ao pescoço, Egas Moniz apresentou-se com a mulher e filhos ao rei de Leão e Castela, colocando a sua vida e a dos seus ao dispor do rei. Perante tal acto de honradez, D. Afonso VII perdoou a Egas Moniz e mandou-o em paz.

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