Há muito tempo atrás, outros povos viveram na Terra – Os nossos antepassados. Eram diferentes de nós, tanto no seu
modo de vida como no seu conhecimento acerca do mundo.
É possível sabermos como viviam, pois foram encontrados vestígios dessa época. Quem se dedica à descoberta de
objectos e documentos do passado são os arqueólogos.
O estudo desses achados é feito pelos historiadores.
No presente, podemos observar os vários documentos históricos, já que
estão guardados em museus e bibliotecas.
OS PRIMEIROS HABITANTES
Portugal
situa-se numa península e conjuntamente com a Espanha forma a Península Ibérica.
Os homens primitivos, que habitavam a península, viviam em grutas e
cavernas.
Alimentavam-se do que caçavam, pescavam e das raízes e frutos que
colhiam. Eram povos
recolectores.
Vestiam-se de tudo aquilo que a natureza lhes oferecia (peles, folhas).
Levavam uma vida nómada.
Com a descoberta da agricultura, os
povos começaram a levar uma vida sedentária.
Fixaram-se e construíram povoados, geralmente, no alto dos montes (os castros). Eram povos agro-pastoris.
O primeiro povo a chegar à Península foram os Iberos,
daí o nome de Península Ibérica.
Mais tarde chegaram os Celtas,
aliaram-se aos Iberos e formaram os Celtiberos.
Desta tribo formou-se o povo lusitano.
Fenícios, Gregos e Cartagineses estabeleceram também algumas colónias. Vinham
pelo mar Mediterrâneo em busca de riquezas. Eram bons navegadores.
Numa região a ocidente da Península Ibérica, a Lusitânia
vivia um povo de origem celtibero – os Lusitanos.
Sobre este povo pouco se sabe, conhecendo-se apenas um pouco do seu instinto
guerreiro e da sua resistência aos Romanos, que invadiram a Península Ibérica pelo
ano de 218 a. C., dando-se o primeiro confronto com os Lusitanos
em 194 a. C.
Vivia nessa altura um pastor nos montes
Hermínios, hoje Serra da Estrela, de nome Viriato
que era muito corajoso.
Pouco a pouco, este pastor conseguiu reunir alguns milhares de Lusitanos que sob o seu comando organizaram várias
emboscadas aos Romanos.
O exército romano andava envergonhado
com tantas derrotas. Para pôr fim a tal facto não hesitou em contratar três
companheiros de Viriato que o assassinaram à
traição enquanto dormia.
A resistência dos Lusitanos não acabou
aqui. Elegeram um novo chefe: Sertório. Este era
um ex-general romano, zangado com Roma. Mas Sertório
teve a mesma sorte que Viriato e foi morto durante um banquete.
Os Romanos conseguem,
assim a vitória sobre os Lusitanos e a Lusitânia passa a ser uma província do Império Romano.
Os Romanos dominaram a
Península Ibérica durante cerca de 8 séculos, durante os quais se deu o
processo de Romanização – adopção por parte dos
habitantes da Península Ibérica, da cultura Romana, língua (o Latim), costumes,
artes, etc.
Hoje em dia podemos ainda encontrar vestígios da sua presença na
Península Ibérica: numeração romana, pontes (Chaves), templos (Évora),
estradas, cidades (Conímbriga, Mirobriga).
Durante o tempo em que os Romanos
ocuparam a Península Ibérica, nascia em Belém,
na Palestina, Jesus Cristo. Assim se espalhou uma nova doutrina: O Cristianismo.
No início do séc. V a Península Ibérica foi invadida
pelos povos
bárbaros: Alanos, Suevos, Vândalos e
Visigodos. Tinham o nome de povos bárbaros pois eram pouco evoluídos.
No ano 711 um povo de origem árabe vindo do Norte de África ataca a Península Ibérica, dizendo-se
seguidos de Maomé, religião conhecida por Islamismo.
O Deus deles era Alá.
Pretendiam conquistar o Mundo, na intenção de obrigar todos a adorar Alá.
Comandados por Tarique
derrotaram os Visigodos e dominaram a Península
Ibérica com excepção da parte Norte, onde ficam as montanhas das Astúrias.
Nestas montanhas refugiou-se Plágio e muitos cristãos que daí iniciam novas lutas
contra os Árabes, também conhecidos por mouros, muçulmanos ou maometanos, tentando recuperar
as terras perdidas – Reconquista Cristã.
A primeira
grande batalha contra os Mouros foi a Batalha de
Covadonga. As lutas sucedem-se e o Reino Cristão
vai alargando o seu território empurrando os Mouros para Sul e foram-se
formando reinos, Cristãos: Leão, Castela, Navarra e
Aragão para melhor defenderem as terras conquistadas.
O CONDADO PORTUCALENSE
D. Afonso VI, que governava o reino de Leão, recebeu a ajuda de
Cavaleiros Cristãos, que vinham da Europa, para combater contra os Mouros. Dois
destes nobres que muito se notabilizaram nestas lutas foram D. Raimundo e D. Henrique,
descendentes de reis franceses e naturais de Borgonha. Como recompensa pelos
serviços prestados, o Rei de Leão entregou em casamento a D. Raimundo a sua
filha Urraca e o governo da Galiza; a D. Henrique entregou a sua outra filha D. Teresa e ofereceu-lhe uma parte do reino: O Condado Portucalense.
O Condado Portucalense passou a ser governado por D. Henrique mas ficou dependente do Reino de Leão,
governado por D. Afonso VI.
O conde D. Henrique fixou a capital do Condado em Guimarães e lutou muito pela sua independência.
No Castelo de Guimarães onde vivia com D. Teresa, nasceu
o seu filho Afonso Henriques que viria a
tornar-se o 1.º Rei de Portugal. Daí hoje se
dizer que o Castelo de Guimarães é o Berço da Nacionalidade.
UM
REINO INDEPENDENTE
Quando morreu o conde D. Henrique, já
tinha reunido todas as condições necessárias para tornar o seu Condado num Reino Independente.
Com
a sua morte, sua esposa D. Teresa tomou conta do poder, porque o seu filho D. Afonso Henriques tinha somente três anos de idade.
Isto desagradou aos nobres portucalenses pois ela era influenciada por fidalgos
galegos que a levaram a esquecer o desejo de independência de D. Henrique.
Afonso Henriques, aos 14 anos, (em 1125) arma-se a si
próprio cavaleiro. Também ele estava descontente com o rumo que seguia o
governo do Condado e, então, uniu-se aos fidalgos descontentes na oposição ao
governo de sua mãe.
Já
com 17 anos, Afonso Henriques viu-se obrigado a
exigir à sua mãe que lhe entregasse o governo do condado.
Perante
a recusa, montou um pequeno exército para uma batalha contra o exército de sua
mãe, batalha essa que ocorreu próxima de Guimarães em 1128
e que ficou conhecida por Batalha de São Mamede,
da qual saiu vitorioso.
D.
Teresa foi expulsa do Condado e Afonso Henriques
tomou conta do poder e procurou realizar o sonho do seu pai.
Voltou-se
então para A Galiza começando a atacá-la na ânsia de alcançar a Independência.
Derrota as forças de Leão nas Batalhas de Cerneja e
Arcos de Valdevez.
Porém,
os Mouros, que ainda estavam instalados na
Península Ibérica atacavam o sul do Condado e Afonso
Henriques conseguiu uma tremenda vitória na Batalha
de Ourique.
Após
esta batalha, voltou-se novamente para a Galiza e perante as derrotas obtidas
foi o próprio rei de Leão que propôs uma reunião e em 1143
assina-se o Tratado de Zamora.
Segundo este tratado, o Condado Portucalense
tornou-se independente e passou a chamar-se Reino de
Portugal e o seu rei era D. Afonso Henriques.
1ª Dinastia
Dinastia Afonsina ou de Borgonha
D. Afonso Henriques
Cognome: O Conquistador
Vida: 1108 – 1185
Reinado: 1128-1185
D. Sancho I
Cognome: O Povoador
Vida:1154 – 1211
Reinado: 1185-1211
D. Afonso II
Cognome: O Gordo
Vida: 1185 – 1223
Reinado:1211-1223
D. Sancho II
Cognome: O Capelo
Vida: 1209 - 1248
Reinado:1223-1248
D. Afonso II
Cognome: O Gordo
Vida: 1185 - 1223
Reinado:1211-1223
D. Sancho II
Cognome: O Capelo
Vida: 1209 – 1248
Reinado:1223-1248
D. Afonso III
Cognome: O Bolonhês
Vida: 1210 - 1279
Reinado: 1248-1279
D. Dinis
Cognome: O Lavrador
Vida:1261 - 1325
Reinado:
1279-1325
D. Afonso IV
Cognome: O Bravo
Vida: 1290 - 1357
Reinado:1325-1357
D. Pedro I
Cognome: O Justiceiro
Vida: 1320 - 1367
Reinado: 1357-1367
D. Fernando
Cognome: O Formoso
Vida: 1345 - 1383
Reinado:1367-1383
Iniciou-se, assim, um período de
conquistas de terras aos Mouros. D. Afonso Henriques
fez numerosas conquistas, por isso ficou conhecido como “O Conquistador”. A D.
Afonso Henriques sucedeu no trono o seu filho D. Sancho
I que se dedicou ao povoamento do reino, não deixando, contudo, de
atacar os mouros.
Conquistou novas
terras mas também perdeu algumas.
A ele sucedeu o seu
filho D.
Afonso II que
reconquistou Alcácer do Sal. Durante o seu reinado reuniram-se as Cortes em
Coimbra, representadas pelo Clero e pela nobreza e nelas foram aprovadas as 1ªs
leis gerais do reino.
D. Sancho II
prosseguiu no alargamento do território. Conquistou todo o Alentejo e parte do
Algarve. Apesar de demonstrar grande coragem e valentia é acusado de governar
mal e, assim, o Papa retira-lhe o título de rei e coloca no seu lugar o seu
irmão, que lhe sucede – D. Afonso III.
D. Afonso III conquistou, aos Mouros, Faro e a totalidade do Algarve, ficando Portugal
Continental delimitado com as fronteiras que possui actualmente. Passou, então,
a usar o título de Rei de Portugal e do Algarve. Neste reinado realizaram-se as
cortes de Leiria, onde, pela 1ª vez estiveram presentes representantes do povo.
Grupos Sociais do século XIII
CLERO
Dedicavam-se ao ensino: as poucas escolas que havia funcionavam nos mosteiros;
os livros eram escritos à mão pelos monges – monges copistas; davam assistência
a doentes e peregrinos e trabalhavam nas hortas. Viviam em conventos e
mosteiros – clero regular
NOBREZA
Cavaleiros, soldados…
Dedicavam-se à caça, defendiam o reino e viviam em senhorios.
POVO
Agricultores, camponeses,
pescadores…Viviam em casas pobres à volta dos castelos /senhorios.
Os Guerreiros Cristãos
Na conquista de novas terras para Portugal, travaram-se duas batalhas entre
as tropas mouras e os guerreiros cristãos.
O exército cristão tinha dois tipos de guerreiros:
- os cruzados
- os monges-cavaleiros/guerreiros
Deu-se o nome de Cruzadas às lutas que os Cristãos travavam contra os
Mouros, com o fim de libertar todas as terras que estes ocupavam. Os militares
cristãos que combatiam tinham o nome de Cruzados, porque usavam nas vestes a
Cruz de Cristo.
As ordens militares eram constituídas por monges-cavaleiros (monges que
lutavam a cavalo) que tinham como missão divulgar a fé cristã e combater os
Muçulmanos.
Em Portugal existiram diversas ordens:
- Ordem dos Templários
- Ordem dos Hospitalários
- Ordem de Avis
- Ordem de Santiago
- Ordem de Calatrava
D.
Dinis, de
cognome “O Lavrador” casou com D. Isabel de Aragão que ficou conhecida como
Rainha Santa Isabel. Este monarca era muito culto, defendeu a Língua Portuguesa
tornando obrigatório o seu uso nos documentos públicos; criou em 1290 os
Estudos Gerais, ou seja, a 1ª Universidade portuguesa na cidade de Lisboa, que
mais tarde foi mudada para Coimbra. Era trovador, escreveu muitas trovas e
canções – O Cancioneiro de D. Dinis. Protegeu a agricultura, o comércio, a
indústria e a marinha e fez plantar o Pinhal de Leiria.
D. Afonso IV sucedeu a seu pai, D. Dinis.
Perante uma ameaça dos Mouros de quererem reconquistar a Península Ibérica
combateu estes na Batalha do Salado, onde os venceu com muita bravura. Neste
reinado, em 1348, surgiu uma doença que ficou conhecida por Peste Negra e que
matou cerca de um terço da população.
O seu filho e herdeiro do trono, D. Pedro sucedeu-lhe e foi um bom administrador do
reino.
D. Fernando sucedeu a seu pai, D. Pedro
I, e casou com D. Leonor Teles. Protegeu a agricultura criando a lei das
Sesmarias, que obrigava a cultivar as terras. Protege a marinha criando a
Companhia das Naus. Surge uma nova ordem social – a Burguesia. Faleceu em 1383
e com ele termina a 1ª Dinastia de Portugal conhecida como Afonsina.
Fim da 1ª Dinastia e Início da 2ª Dinastia
(O Interregno 1383-1385)
A única filha de D. Fernando, D. Beatriz,
era casada com D. João de Castela. Se fosse nomeada para governar Portugal, o
nosso reino corria sérios riscos de perder a sua independência para Castela.
Estamos perante um problema de sucessão ao trono de Portugal.
D. Leonor Teles (mãe de D. Beatriz) proclamou a sua filha rainha de Portugal. Tal medida
gerou descontentamento no povo português, o qual organiza uma revolta chefiada
por D. João
(mestre da Ordem de Avis) para afastar D. Leonor e o seu conselheiro de
governo, o conde de Andeiro.
D. João matou o conde de Andeiro e D. Leonor fugiu e pediu ao rei de
Castela para invadir Portugal.
No dia 6 de Abril de 1385 nas Cortes de Coimbra, o Mestre de Avis foi
proclamado rei de Portugal – D. João I.
O rei de Castela não aceitou esta situação e invadiu Portugal.
A 14 de Agosto de 1385 travou-se uma terrível batalha entre Portugueses e
Castelhanos – A Batalha de Aljubarrota.
O exército castelhano era mais
numeroso que o português mas D. João I e o seu conselheiro Nuno Álvares Pereira comandaram muito bem as tropas e
utilizando a táctica do quadrado derrotaram os castelhanos.
Para comemorar esta importante
vitorio, o rei D. João I mandou construir o Mosteiro da
Batalha, tal como prometera à Virgem Maria.
Arte gótica –
As paredes elevam-se a grande altura e são rasgadas de janelas e rosáceas quase
sempre guarnecidos com belos vitrais. Os pórticos e as abóbadas são desenhados
com o arco em ogiva.
Aparece no reinado de D. Afonso III mas é no tempo de D. João I que atinge
o apogeu.
Arte românica – edifícios de aparência pesada com paredes grossas e poucas aberturas ou
janelas. Tectos formados por abóbadas pouco elevadas, de volta redonda,
suportadas por colunas muito grossas.
À DESCOBERTA DE NOVOS MUNDOS
2ª Dinastia
Dinastia de Avis
D. João I
Cognome: O de Boa Memória
Vida: 1357 – 1433
Reinado: 1383-1433
D. Duarte
Cognome: O Eloquente
Vida: 1391 – 1438
Reinado: 1433-1438
D. Afonso V
Cognome: O Africano
Vida: 1432 – 1481
Reinado: 1438-1481
D. João II
Cognome: O Príncipe Perfeito
Vida: 1455 – 1495
Reinado: 1481-1495
D. Manuel
Cognome: O Venturoso
Vida: 1469 – 1521
Reinado: 1495-1521
D. João III
Cognome: O Piedoso
Vida: 1502 – 1557
Reinado: 1521-1557
D. Sebastião
Cognome: O Desejado
Vida: 1554 – 1578
Reinado:
1557-1578
D. Henrique
Cognome: O Casto
Vida: 1512 – 1580
Reinado: 1578-1580
D. António
Cognome: O Prior do Crato
Vida: 1521 - 1595
Reinado:
Nau
D. João I casa com D Filipa de Lencastre que era neta do rei
de Inglaterra fortalecendo o tratado de Aliança entre estes dois países. Quatro
dos seus filhos distinguem-se pela inteligência e nobreza de carácter – A Ínclita Geração - D. Duarte, D. Henrique, D.
Fernando e D. Pedro.
O Infante D. Henrique e os irmãos propõem ao pai passar
a África e conquistar a cidade moura de Ceuta. O Rei acede e Ceuta torna-se portuguesa em 1415.
Depois
D. Henrique quer ir mais além, pelo desconhecido mar fora. Instala-se em Sagres
e aí funda uma escola náutica que se dedica ao aperfeiçoamento dos marinheiros
na ciência de navegar. Deste promontório algarvio partem alguns navios que vão
descobrir novas terras.
A
primeira terra descoberta foi a ilha de Porto Santo,
em 1418 por João
Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.
Um ano
mais tarde, em 1419, estes mesmos navegadores
acompanhados por Bartolomeu Perestrelo descobrem a ilha da Madeira.
Em 1427, Diogo de Silves chega às primeiras ilhas dos Açores.
Em 1431,
Gonçalo Velho Cabral descobre a ilha de Santa Maria.
Mas para atingir as fontes de ouro, era necessário
navegar ao longo da costa africana. Os ventos, as correntes marítimas, as
dificuldades de orientação tornavam difícil essa viagem…
Através dos reinados de D. Duarte e de D. Afonso V
prosseguem os navegadores e as conquistas.
Em 1434
dobra o Cabo Bojador. Realiza, assim, a 1ª parte
do sonho do Infante D. Henrique.
D. Afonso V conquista, em
África, Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger recebendo
assim, o cognome de “O Africano” e passou a
intitular-se Rei de Portugal, dos Algarves, daquém e d’ além-mar em África.
Em 1460 Diogo Gomes
descobre a ilha de Santiago. É a 1ª ilha do
arquipélago de Cabo Verde a ser conhecida.
É nossa
vontade alcançar, por via marítima, a Índia, cheia de riquezas.
É no
reinado de D. João II que surgem grandes
navegadores: Diogo Cão chega à foz do Zaire em
1482.
Em
1488, Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança e chega à Costa de Moçambique.
Renova-se a esperança de se poder chegar à
Índia por mar. O cabo, inicialmente das Tormentas, devido aos enormes perigos e
tempestades que os marinheiros tiveram de enfrentar, foi batizado com o nome de
Cabo da Boa Esperança.
D. João II morreu sem ver as naus portuguesas chegar aos
portos asiáticos.
No
início do reinado de D. Manuel, parte do Tejo,
em frente a Belém, a armada de Vasco da Gama,
com a missão de chegar á Índia.
Vasco da Gama chega à Índia em 1498, por via marítima.
Um ano
após e regresso de Vasco da Gama parte Pedro Álvares
Cabral para a Índia, mas por engano de rumo ou propositadamente, navega
para Ocidente e chega, no ano 1500, a terras de
Vera Cruz, mais tarde, Brasil.
No reinado de D. João II tinha-se assinado com a
Espanha o Tratado de Tordesilhas que dividia o Mundo em duas partes, cabendo a
Portugal as novas Terras do oriente. Isto depois de Cristóvão Colombo ter descoberto
as Américas ao serviço dos espanhóis.
D. Manuel mandou edificar a Torre de Belém e o Mosteiro
dos Jerónimos para recordar a nossa chegada à Índia.
Nasceu,
assim, um novo estilo arquitectónico para Portugal, baseado e inspirado nos
descobrimentos marítimos – estilo manuelino.
D. João III segue a D. Manuel I e dá muita
atenção à evangelização dos territórios alcançados pelos portugueses.
A vida dos portugueses muda
completamente. A sua alimentação enriqueceu com novas especiarias: canela,
cravinho, pimenta…
As sedas, os brocados, o ouro vieram tornar mais rico e
vistoso o vestuário da época.
Surge uma nova classe social
– a burguesia composta por comerciantes que enriqueceram devido às trocas
comerciais feitas com produtos das terras descobertas.
A agricultura foi quase abandonada e, por isso começavam
a faltar produtos. Todos queriam viver no luxo, poucos trabalhavam. A indústria
começou a decair, Portugal começou a decair e perdemos terras em África.
Quando D. João III
morreu o seu único descendente era o seu neto, D. Sebastião, com apenas 3 anos
de idade, e por isso ficaram a governar como regentes D. Catarina (esposa de D.
João III) e o Cardeal D. Henrique.
Aos 14 anos, D. Sebastião, intitulado O Desejado
(pois o seu povo desejava que ele subisse ao trono) tomou poder e o seu maior
sonho era reconquistar algumas terras em África.
Assim, partiu com um exército de 18000 homens, mas teve
pouca sorte e foi derrotado na Batalha de Alcácer-Quibir, onde morreu.
Após o seu desaparecimento
foi muito difícil encontrar um novo rei pois este era muito novo, solteiro e
sem sucessores.
O seu tio-avô, o
Cardeal D. Henrique voltou a reinar durante dois anos e tentou encontrar o
seu sucessor, mas sem resultado.
D. António, prior do Crato, ainda foi aclamado rei, mas Filipe II de Espanha invade Portugal e
Portugal perde a independência.
Aqui termina a 2ª
Dinastia, que ficou conhecida por Dinastia de Avis – estávamos no ano de 1580.
Nesta Dinastia distinguiram-se pessoas muito importantes
nas ciências e nas Letras:
Pedro
Nunes – famoso matemático e cosmógrafo dos descobrimentos
marítimos.
Gil
Vicente – Pai do teatro português, escreveu inúmeras comédias,
farsas e autos.
Luís de
Camões – filho de gente nobre, estudou na Universidade de
Coimbra. Era um jovem aventureiro que um dia, resolveu combater para defender a
sua pátria. Como soldado, ao combater os Mouros em Ceuta, perdeu o seu olho
direito. Tinha um génio muito impulsivo, por isso, frequentemente, se envolvia em
brigas.
Foi mandado para a Índia onde
era muito apreciado ao declamar os seus versos. Em Macau, para onde foi mais
tarde, escreveu a maior parte do seu poema “Os Lusíadas”.
Neste livro, Camões, conta
alguns episódios da história de Portugal, dando um grande relevo à aventura
marítima dos portugueses, e em especial, à descoberta do caminho marítimo para
a Índia por Vasco da Gama.
De regresso a Portugal, a nau
em que viajava naufragou, e conta-se que Camões nadando até à praia não se
separou da sua obra, levando-a na mão esquerda enquanto nadava com a mão
direita.
De novo em Lisboa, foi
recebido por D. Sebastião a quem dedicou a sua obra. Foi-lhe dada uma pequena
pensão mas que não impediu o poeta de viver o resto dos seus dias na miséria,
vindo a morrer no dia 10 de Junho de 1580.
Por isso, neste dia comemora-se
O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
3ª Dinastia
Dinastia Filipina
Filipe I
Cognome: O Prudente
Vida: 1527 – 1598
Reinado: 1580-1598
Filipe II
Cognome: O Pio
Vida: 1578 – 1621
Reinado: 1598-1621
Filipe III
Cognome: O Grande
Vida: 1605 – 1665
Reinado: 1621-1640
Três reis espanhóis (Filipe I,
Filipe II e Filipe III) governaram Portugal durante 60 anos,
arruinando-lhe as finanças, o comércio, a agricultura, a marinha e abandonando
o nosso império ultramarino às ambições de outros povos.
O
povo português vivia cada vez mais na miséria. Morriam portugueses nas guerras
espanholas.
Só
uma revolução bem organizada poderia libertar os portugueses da opressão
espanhola.
Assim,
um grupo de fidalgos (Os Conjurados) no mais absoluto segredo preparou uma
revolução.
Na manhã do dia 1 de Dezembro de 1640, dirigem-se para o Terreiro do Paço,
matam o traidor Miguel de Vasconcelos, aprisionam a Rainha (a duquesa de
Mântua) e depõem o governador.
A
notícia da vitória da revolução espalha-se rapidamente.
O
Duque de Bragança, que se encontrava em Vila Viçosa, dirige-se para Lisboa,
onde é aclamado rei de Portugal, pelo povo.
Termina, assim, a 3ª
Dinastia, Dinastia Filipina, e inicia-se a 4ª Dinastia - Dinastia de Bragança.
Portugal é, de novo, independente.
4ª Dinastia
Dinastia de Bragança
D. João
IV
Cognome: O Restaurador
Vida: 1604 – 1656
Reinado:1640-1656
D.
Afonso VI
Cognome: O Vitorioso
Vida: 1643 – 1683
Reinado: 1656-1667/1683
D. Pedro II
Cognome: O Pacífico
Vida: 1648 – 1706
Reinado: 1667/1683-1706
D. João V
Cognome: O Magnânimo
Vida: 1689 – 1750
Reinado: 1706-1750
D. José
Cognome: O Reformador
Vida: 1714 – 1777
Reinado: 1750-1777
D. Maria I
Cognome: A Piedosa (Pia)
Vida: 1734 – 1816
Reinado: 1777-1816
D. João VI
Cognome: O Clemente
Vida: 1767 – 1826
Reinado: 1816-182
D. Pedro IV
Cognome: O Rei Soldado
Vida: 1798 – 1834
Reinado:1826
D. Miguel
Cognome: O Absoluto
Vida: 1802 – 1866
Reinado:1826-1834
D. Maria II
Cognome: A Educadora
Vida: 1819 – 1853
Reinado: 1834-1853
D.
Pedro V
Cognome: O Esperançoso
Vida: 1837 – 1861
Reinado:1853-1861
D. Luís
Cognome: O Popular
Vida: 1838 – 1889
Reinado:1861-1889
D. Carlos
Cognome: O Diplomata
Vida: 1863 – 1908
Reinado:1889-1908
D. Manuel II
Cognome: O Patriota
Vida: 1889 – 1932
Reinado:1908-1910
D. João IV
preocupou-se com a defesa do país. Reorganizou-se o exército e a marinha e
fortificaram-se zonas fronteiriças com Espanha, que não desistia de
reconquistar Portugal.
Iniciou-se a Guerra da
Restauração que se prolongou por 28 anos.
Nos
reinados seguintes de D. Afonso VI e D.
Pedro II dão-se renhidas batalhas sempre ganhas pelos nossos soldados. Até
que Espanha, farta de derrotas, assina em 1668, um tratado de paz com Portugal.
O
reinado seguinte, de D. João V foi
brilhante nas artes e letras aumentando o nosso prestígio no Mundo.
Convento de Mafra
Com as riquezas vindas do
Brasil, ouro e diamantes, mandou construir monumentos grandiosos como o
Convento de Mafra, o aqueduto das Águas
Livres e fundou a biblioteca da Universidade de Coimbra.
O rei seguinte, D. José I nomeou o Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro-ministro
e entregou-lhe todos os poderes.
O
Marquês de Pombal procedeu a grandes reformas. Promoveu o desenvolvimento da
agricultura, do comércio e da indústria Fábrica de vidros da Marinha Grande,
Fábrica de Lanifícios de Portalegre, Fábrica de Papel de Tomar, Companhia Geral
da Agricultura das Vinhas do Alto Douro…) e instituiu o ensino primário
oficial, mandando construir muitas escolas.
Durante
este reinado e no dia 1 de Novembro de 1755, Lisboa foi abalada por um violento
tremor de terra. Em poucos segundos a cidade ficou destruída. O fogo e as
inundações tornaram ainda maior o desastre.
O Marquês de Pombal preocupou-se em “cuidar dos
vivos e enterrar os mortos”. Reconstruiu a capital em moldes modernos, com ruas
rectilíneas e esgotos – baixa pombalina.
Com a morte de D. José I,
Portugal foi pela primeira vez governado por uma rainha – D. Maria I.
Esta
afastou o Marquês de Pombal do cargo de 1.º Ministro mas continuou as reformas.
Inaugurou a iluminação pública nas ruas de Lisboa. Mandou construir a Basílica da Estrela, o Palácio de
Queluz, o Teatro de S. Carlos, etc…
Neste Reinado dão-se as Invasões
Francesas.
Napoleão
Bonaparte, imperador de França, invade Portugal por este não fechar os portos
aos navios ingleses.
A família real foge para o Brasil.
Invasões Francesas
1ª Invasão – 1807 chefiada pelo general
Junot.
2ª Invasão – 1809 chefiada pelo general
Soult. Deu-se o trágico acidente da Ponte das Barcas.
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3ª Invasão – em 1810 liderada pelo
general Massena.
Todas as invasões foram vencidas com a ajuda dos nossos aliados ingleses.
D. Maria I enlouqueceu e passou a
governar o seu filho D. João VI que se notabilizou pela contribuição do
progresso e engrandecimento do Brasil, reconhecendo a sua independência em
1825.
Foi criada a constituição que era um documento de regulava os direitos e
deveres dos cidadãos. O rei perdia o direito a fazer as leis, direito esse
adquirido pelas cortes.
Devido a esta monarquia liberal houve uma guerra civil entre D. Pedro IV e D. Miguel, ambos filhos
de D. João VI. D. Maria II subiu ao trono, era filha de D. Pedro IV. Neste reinado
e no seguinte, de D. Pedro V, o país prosperou: abriram-se estradas,
construíram-se pontes (ponte D. Maria Pia, em 1877, no Porto) e linhas de
caminhos de Ferro.
Em 1889, D. Carlos sucedeu a D. Luís.
Já nessa altura eram muitos os que queriam o fim da Monarquia ( o rei governava
durante toda a vida e o poder sucedia de pais para filhos) e a instituição da
república (o poder é exercido por um presidente eleito pelo povo através de
eleições e durante um tempo limitado).
O
descontentamento foi crescendo até que, em 1908, se deu o regicídio – o rei e o
seu herdeiro foram assassinados.
D. Manuel II
subiu ao trono mas por pouco tempo. Em 5 de Outubro de 1910 deu-se uma revolta
e foi proclamada a República. A Monarquia, que tinha reinado em Portugal desde
1143, acabou assim em Portugal.
A REPÚBLICA
Dr. Teófilo Braga foi nomeado presidente do governo provisório da
República Portuguesa. Publicou-se a 1ª Constituição Portuguesa em 1911.
Dr. Manuel de Arriaga foi eleito o 1º
presidente da Republica. Os governos sucederam-se. Entre 1914 e 1918 deu-se a
1ª Guerra Mundial, em que Portugal participou e que prejudicou o mundo inteiro.
O
descontentamento do povo aumenta dia após dia. Foi então que, a 28 de Maio de 1926, se deu um golpe
militar chefiado pelo general Gomes da Costa e foi instaurada uma Ditadura Militar.
Neste
governo da ditadura militar foram abolidos todos os partidos políticos.
Para que a situação do país melhorasse o Presidente Óscar Carmona nomeou Oliveira
Salazar para ministro das Finanças e que mais tarde viria a ser o chefe do
Governo (1º Ministro) durante 42 anos.
Entre 1939 e 1945 deu-se a 2ª Guerra Mundial e Portugal manteve-se neutro.
Em 1961 começa a Guerra Colonial, os nossos territórios em África queriam a
independência, esta guerra durou 13 anos.
Os portugueses estavam descontentes com o regime principalmente pela
ausência de liberdade e pelo atraso em relação aos outros países da Europa.
Assim, na madrugada do dia 25 de
Abril de 1974, o movimento dos capitães derruba o Governo.
A Revolução do 25 de Abril ficou conhecida pela
Revolução dos Cravos porque o povo saiu à rua e colocou cravos nos canos da
espingarda.
O 25 de Abril restituiu as liberdades e a democracia aos Portugueses.
Agora,
os portugueses elegem o Presidente da República, os representantes para a
Assembleia da república e para as autarquias locais
A Padeira de Aljubarrota
O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros
clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da
sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército
português que naquele dia derrotou o invasor castelhano. Chegando a casa
cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho ruído: dentro do forno estavam
sete castelhanos escondidos. Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os logo
ali. Tomada de zelo nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram
os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas. Conta a
história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a
memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da
independência de Portugal. A pá foi religiosamente guardada como estandarte de
Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.
O episódio de D. Pedro e D. Inês de Castro
D. Pedro I era casado com
uma princesa espanhola, D. Constança. Nessa altura D. Pedro conheceu e
encantou-se com D. Inês de Castro, uma das aias (dama de companhia) de D.
Constança, por quem se apaixonou.
Esta ligação
amorosa não foi nada bem-vinda. Todos tinham medo que D. Inês, de origem
espanhola, pudesse ter má influência sobre o príncipe. Assim, mesmo depois de
D. Constança morrer, D. Afonso continuou a condenar o namoro dos dois
apaixonados.
D. Afonso
tentou tudo para os afastar, proibindo D. Inês de Castro de viver em Portugal.
Sem sucesso os dois apaixonados foram morar para a fronteira de Portugal e
Espanha e continuavam a encontrar-se. Diz-se que se casaram na altura, mas sem
certezas de nada.
Assim D.
Afonso IV decidiu condenar D. Inês de Castro à morte, influenciado por dois
conselheiros. O local onde D. Inês foi morta, em Coimbra, é hoje conhecido como
Quinta das Lágrimas, ponto de encontro de muitos apaixonados.
Depois de
morta, D. Pedro revoltou-se declarando guerra ao pai, que foi travada graças à
rainha-mãe. Quando D. Pedro subiu ao trono, era muito cuidadoso com o povo, que
gostava bastante dele. Mas uma das primeiras coisas que fez foi vingar a morte
de D. Inês de Castro executando de modo cruel os ex-conselheiros do pai: mandou
arrancar-lhes o coração! O mais sinistro de toda a história é que D. Pedro elevou
D. Inês de Castro a rainha já depois de morta e obrigou toda a corte a
beijar-lhe a mão, ou o que restava dela (porque D. Inês já tinha morrido há
dois anos).
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O Milagre das Rosas
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D. Isabel, a mulher de
D. Dinis, ocupava todo o tempo que tinha a fazer bem a quantos a rodeavam,
visitando e tratando doentes e distribuindo esmolas
pelos pobres. Conta a lenda que o rei, que tinha muito mau génio apesar de
ser também bondoso, se irritou por ver a rainha sempre misturada com mendigos, e proibiu-a de dar mais esmolas.
Certo dia, viu-a sair do palácio às escondidas, foi
atrás dela e perguntou-lhe o que levava
escondido por baixo do manto.
Era pão para distribuir pelos pobres.
Mas ela, aflita por ter desobedecido ao rei, disse:
- São rosas, Senhor!
- Rosas? Rosas em Janeiro? -
duvidou ele - Deixai-me ver!
De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço e o pão tinha-se
transformado em rosas, tão lindas como jamais se viu.
A lenda de Egas Moniz
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Conta a lenda que, em 1127, D. Afonso VII, rei de Leão e Castela, cercou
Guimarães para obrigar D. Afonso Henriques a prestar-lhe obediência.
Perante tal situação, Egas Moniz, aio de D. Afonso
Henriques, abeirou-se de D. Afonso VII e prometeu-lhe que seu primo o
respeitaria como rei se ele levantasse o cerco. O cerco foi levantado: Porém,
D. Afonso Henriques não cumpriu a palavra dada por Egas Moniz. Descalço e de
corda ao pescoço, Egas Moniz apresentou-se com a mulher e filhos ao rei de Leão
e Castela, colocando a sua vida e a dos seus ao dispor do rei. Perante tal acto
de honradez, D. Afonso VII perdoou a Egas Moniz e mandou-o em paz.
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