terça-feira, 11 de março de 2014

Audio Conto "A Aia" de Eça de Queirós - reconto de Luísa Ducla Soares

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Resumo da Ação    

  Um rei jovem e valente partira a  batalhar   por terras  distantes, deixando só  e triste  a  rainha e um  filho pequeno. Desafortunadamente o  rei perdeu a vida numa das batalhas  e foi chorado por sua  esposa. Sendo  herdeiro  natural do trono, o  bebé estava  sujeito aos ataques  de inimigos  dos   quais  e  destacava o seu tio, irmão bastardo  do rei morto que   vivia  num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes. O pequeno príncipe era amamentado por uma aia,  mãe de  um  bebé   também pequeno. Alimentava  os dois  com igual carinho pois um era seu filho e outro viria a ser seu rei. A escrava mostrava uma lealdade sem limites.
    Ora, como se esperava, o bastardo desceu da serra com a sua horda e começou uma matança sem tréguas. A defesa estava fragilizada pois a rainha  não  sabia  como fomentá-la, limitando-se a temer e  a  chorar a sua fraqueza  de  viúva   sobre  o  berço  de  seu  filho. Uma noite  a aia pressentiu  uma movimentação  estranha,  verificando a presença de homens no palácio. Rapidamente  se apercebeu do que iria passar-se e trocou, sem hesitar, as crianças dos respectivos berços. Nesse instante,  um homem enorme entrou  na câmara, arrebatou do  berço de marfim o  pequeno corpo que ali descansava  e partiu  furiosamente.  A rainha, que  entretanto   invadira  a  câmara, parecia louca  ao verificar as roupas desmanchadas e o berço  vazio. A aia mostrou-lhe, então, o berço de verga e o jovem príncipe que ali dormia. 
    Entretanto, o   capitão  dos guardas  veio avisar  que  o bastardo   havia sido vencido, mas  infelizmente  o corpo  do  príncipe tinha também  perecido. A rainha mostrou, então, o bebé e, identificando a sua salvadora, abraçou-a e beijou-a, chamando-lhe irmã  do  seu  coração. Todos  a aclamaram, exigindo que fosse recompensada. A rainha  levou-a   ao tesouro real,  para  que  pudesse  escolher a jóia que mais lhe agradasse. A ama, olhando o céu, onde  decerto estava o seu menino, pegou   num punhal e cravou-o no seu coração, dizendo que agora que tinha salvo o seu príncipe tinha de ir dar de mamar ao seu filho.
 Estrutura da Ação
Introdução
(dois primeiros parágrafos) 
    Apresentação  do rei e do seu reino.  Partida  do  rei, deixando sozinhos a rinha, o filho e o reino.
Desenvolvimento

(de "A rainha chorou
 magnificamente o rei ..." 

até "

 Era um punhal  de um  velho rei  (...)  e que valia uma província.") 
    Comportamento das personagens aquando da morte do rei: a aia troca as crianças  quando pressente o ataque ao palácio pelo ambicioso tio e a sua horda; morte do tio e do escravo zinho; reação das personagens à morte do suposto principezinho.
Conclusão
 ( três últimos parágrafos) 
    Por amor ao filho, a aia suicida-se.
Da  conclusão infere-se que se considerarmos  a  história da aia, estamos  perante uma narrativa fechada, pois apresenta um desenlace irreversível.
    A   articulação  das  sequências  narrativas  (momentos  de   avanço)  faz-se  por encadeamento. Os momentos de pausa abrem e fecham a narrativa e interrompem, por vezes, a narração com descrições (espaço, objectos, personagens).



 Símbolos
Ao longo da acção  há inúmeras referências ao ouromaterial precioso e incorruptível, símbolo de perfeição. Para além do seu valor material,  simboliza a salvação, a elevação de uma forma superior de vida, mais espiritual. O  príncipe, frágil e inocente, tem cabelos louros e dormia no seu berço com o seu guizo de ouro fechado na mão. Na câmara dos tesouros todos os objectos cintilavam e até o céu se tingia de ouro. E era  no céu, que se encontrava o escravo, salvo dos perigos e era junto dele que a aia desejou estar.
    Por outro lado, a presença da escuridão, da noite ao longo da acção, acentua o carácter  trágico da mesma. Os cabelos negros do escravo, em contraste com os cabelos louros do príncipe são referências à morte do primeiro versus a salvação do segundo.




EÇA DE QUEIROZ



Vamos estudar este conto, para isso proponho-te esta ficha de leitura orientada.



Estrutura/Acção
1.1 Delimita os momentos fundamentais da narrativa: situação inicial, desenvolvimento e desenlace.
1.2 Delimita agora as sequências ou momentos da narrativa que compõem o desenvolvimento.
1.3 Explica o modo de organização das sequências narrativas (encadeamento, encaixe ou alternativa)
1.4 Classifica o conto no que diz respeito à delimitação da ação (narrativa fechada ou aberta). Justifica.



 Personagens
2.1 Indica as personagens intervenientes, referindo o relevo que têm na acção.
2.2 O rei era "moço e valente".
Regista todos os elementos de caracterização direta do rei.
2.3 Regista igualmente os diversos elementos de caracterização direta do irmão do rei.
2.3.1 A apresentação que é feita desta personagem está de acordo com o(s) ato(s) que executa? Justifica.
2.4 Lê atentamente o 6º parágrafo.
2.4.1 Para a aia, o rei era a representação terrena da divindade. aponta a frase que nos transmite esta noção.
2.4.2 Como definirias os conceitos vida e morte para a aia?
2.4.3 Procura estabelecer uma relação entre esses princípios que orientavam a vida da aia, os sentimentos que a ligavam ao pequeno príncipe e a entrega do próprio filho à morte.
2.5 atendendo aos traços característicos da aia, parece-te lógico a sua atitude final? Expõe, claramente o teu raciocínio.
2.6 com base nos elementos que o conto te fornece sobre a personagem, elabora um pequeno texto de caracterização da protagonista.
2.7 Neste conto o conflito entre personagens é também um conflito de valores intemporais.
2.7.1 que personagens defendem valores conotados com o Bem? e com o Mal?
2.7.2 Identifica esses valores, através dos substantivos abstratos que os interligam.



 Espaço
3.1 Especifica o espaço físico onde se desenrola a acção.
3.2 a sala do tesouro é objecto de uma breve descrição. Localiza-a na narrativa.
3.3. Nessa passagem descritiva pretende-se acentuar a sensação visual, sobretudo a notação de brilho. Confirma com elementos do texto.
3.4 Caracteriza o espaço social em que a ação se desenvolve.
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 Tempo
4.1 Regista marcas do tempo cronológico.
4.2 Que tempo histórico é sugerido? Justifica.



 Narrador
5.1 classifica o narrador quanto à presença.
5.2 Caracteriza-o no que diz respeito à posição (subjetivo ou objetivo). Justifica.



 O Título
6.1 Tece um breve comentário a cada uma destas sugestões de outro título para este conto:
Luta pelo poder
A mulher que sacrificou o filho para salvar o reino
O Principezinho
6.2 O título escolhido pelo autor - A Aia - parece-te sugestivo? Porquê?


Questões de linguagem
1. Sublinha, nos sete primeiros parágrafos, os substantivos no grau diminutivo.
1.1 Interpreta o seu uso.
2. Lê atentamente o 4º e 7º parágrafos:
2.1 Regista os adjetivos que caracterizam o irmão do rei.
2.2 No 4º parágrafo, a caracterização é enriquecida com uma comparação. Identifica-a.
2.3 Mostra o contraste entre o irmão do rei e o pequeno príncipe.
3. No 3º parágrafo, a dor da rainha é expressa pelo verbo chorar, constituinte do predicado de três orações distintas. Identifica-as.
3.1 Procura explicar de que forma cada um dos advérbios que acompanha o verbo chorar lhe modifica o sentido.
3.2 Como interpretas o emprego de "chorou" nas duas primeiras orações e "chora" na última?
4. No 9º e 10º parágrafos, a acção desenrola-se rapidamente.
4.1 Faz o levantamento de verbos e advérbios que conferem um ritmo rápido à narração.
5. "...ela foi assim conduzida para a câmara dos tesouros" (16º parágrafo)
5.1 qual a classe gramatical da palavra sublinhada?
5.2 Identifica o sujeito, predicado e complemento da expressão transcrita.
5.3 Reescreve-a utilizando a forma activa.
6. No penúltimo parágrafo utiliza-se o discurso directo.
6.1 Rescreve o antepenúltimo e o penúltimo parágrafo utilizando o discurso indirecto.
6.2 qual das duas opções te parece mais expressiva? Justifica.
7. " a tranquilidade voltou a reinar..."
Acrescenta a esta oração outras que se relacionem com o conto, utilizando como elemento de ligação:
- uma conjunção (ou locução) subordinativa temporal;
- Uma conjunção ( ou locução) subordinativa concessiva.

 Leitura Recreativa
Experimenta ler outros contos de Eça de Queirós, por exemplo:

Resumo
Preparação
1. Ler atentamente o texto e apreender o seu sentido global
2. Sublinhar as informações essenciais
3. Dividir o texto em partes (sequências, se é narrativo)
4. atribuir um título a cada parte.
Elaboração
1. Anular as repetições e todas as expressões enfáticas e acessórias.
2. Aglutinar as várias ideias particulares em ideias gerais, respeitando a ordem do texto.
3. Manter pessoas e tempos verbais.
4. Anular o discurso directo, passando-o a discurso indirecto
5. Manter a proporcionalidade
6. Nunca fazer qualquer comentário pessoal
7. Construir um texto articulado e coerente, usando uma linguagem clara e concisa


Atividade
Resume o Conto A Aia.

 Actividade:
Liga corretamente a frase da esquerda à frase da direita.
. Macário estava muito feliz porquea. um anel com dois brilhantes ao Macário.
 2. Os noivos entraram na ourivesariab. quando o caixeiro os chamou.
 3. Primeiro, Luísa começou a verc. porque Luísa lhe roubara um anel.
 4. A seguir, o caixeiro mostrou-lhesd. o anel de pequenas pérolas no dedo da Luísa.
 5. Macário enfioue. quando o caixeiro insistiu na ideia do roubo.
 6. O anel de pérolas estavaf. que ficava na Rua do Ouro.
 7. O caixeiro ficou pálidog. disse que ela era uma ladra.
 8. Macário e Luísa já iam a sairh. pois Macário partiu sozinho para a província.
 9. Macário ficou contraído e coléricoi. uma grande variedade de anéis.
 10. Luísa meteu a mão no bolso e mostrouj. vivia um grande amor.
 11. Já na rua, Macário soltou o braço da Luísa ek. muito largo e por isso ficou a arranjar.
 12. Assim terminou um grande romancel. anéis com pedras


A PROFESSORA, ANA RAQUEL VAZ

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