VIDA
A BORDO DAS NAUS
Tripulantes a Bordo
Para representar o rei de
Portugal no Oriente, objetivo da nossa viagem, encontravam-se a bordo os
homens da sua confiança que, para o efeito, tinham sido por ele nomeados.
Entre a tripulação encontrava-se o padre-capelão que, para além de organizar as cerimónias
religiosas para o culto, tinha também a missão de evangelizar as populações
orientais que não eram católicas.
A tripulação de uma nau era constituída por muitos outros elementos, que
asseguravam todo o tipo de tarefas a bordo.
Estas eram, efetivamente, algumas das tarefas que os marinheiros tinham
que desempenhar a bordo de uma nau.
Mas mesmo neste grupo de homens havia os «especialistas»:
- Os Calafates
impermeabilizavam as frinchas da madeira para não entrar água; - Os Trinqueiros
consertavam as cordas e as velas da nau, que se iam danificando; - Os Timoneiros
estavam encarregados de tomar conta do leme; - Os Carpinteiros
realizavam todo o tipo de arranjos em madeira; - Os Tanoeiros
consertavam as pipas e as barricas.
Ficamos a conhecer uma secção fundamental da tripulação, sem a qual a
nossa viagem seria impossível. Mas havia mais gente a bordo.
O Capitão
Numa armada, o seu comandante viajava numa das naus, o que dificultava a comunicação à distância com as outras embarcações.
Assim, cada nau tinha o seu capitão próprio que cumpria as ordens, previamente dadas antes do início da viagem, pelo comandante da armada.
Estes capitães eram homens da nobreza escolhidos pelo rei, mas não era da sua competência o comando de todas as naus.
O Condestável
Para evitar os terríveis e tão temidos ataques de corsários e piratas,
viajavam a bordo vários militares.
Estes homens, comandados pelo Condestável, apesar de constituírem um
grupo distinto do resto da tripulação, também estavam sujeitos às ordens superiores
do capitão da nau.
Dividiam-se em dois grupos:
- Os Bombardeiros, que
disparavam os canhões.
- Os Soldados, que
lutavam com diversas armas: punhais, armas de fogo, lanças ou espadas.
Os
Grumetes
Eram rapazinhos muito novos, alguns até mais novos do que tu, porque só
tinham dez ou doze anos de idade.
Embarcavam nestas naus para começarem a aprender desde muito cedo a
profissão de marinheiro.
Para além dos serviços de limpeza, faziam tudo o que lhes mandassem.
Como
vês, ainda não tinham experiência suficiente para desempenhar tarefas tão
complicadas como manejar as velas, ou lançar botes e âncoras ao mar.
Era ele que dava as ordens aos marinheiros e aos grumetes.
Também vigiava os trabalhos que diariamente havia a fazer, distribuía as
várias tarefas aos seus homens e resolvia os conflitos que às vezes se
desencadeavam a bordo.
O despenseiro
Este
homem era também, como todos os outros, um elemento fundamental da tripulação.
Era ao despenseiro que competia tomar conta dos alimentos que tinham sido
embarcados para todos, bem como proceder à sua distribuição em rações.
Os alimentos da tripulação eram fornecidos pelo rei.
Assim, todos os outros passageiros tinham que providenciar os seus
próprios alimentos para a viagem.
Como não havia cozinha a bordo, montava-se uma espécie de fogões na
coberta e formavam-se filas de homens para cozinhar.
O Barbeiro
Felizmente havia sempre alguém que, para além de cortar cabelos e fazer
barbas, também tratava dos doentes.
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